Meu projeto *-*

Discussão em 'Contos' iniciado por BrunaGamer, 16 Setembro 2014.

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  1. BrunaGamer

    BrunaGamer Craftlandiano
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    Boa tarde pessoas. *-* Então, eu estou com um projeto de livro a algum tempo já... Mas estava meio desanimada de escrever...
    Eu vou postar o prologo aqui, me digam o que vocês acham.
    A opinião de vocês é de grande valia para mim *-* Espero que gostem.

    Coragem, a habilidade de confrontar o medo, a dor, o perigo, a incerteza ou a intimidação.
    Pode ser um sentimento ou uma qualidade tão forte capaz de enfrentar todos os desafios que lhe são impostos. Você se considera uma pessoa corajosa? Se irá dizer que sim, repense novamente na resposta. Não estou tentando confronta-lo, só quero que se ponha em uma situação que usar coragem e principalmente confiança seria fundamental para sobreviver. Então pense, coloque-se em uma situação que você terá que enfrentar a dor de matar alguém que um dia foi seu amigo, seu familiar. Enfrente o medo de estar sendo perseguido por o que não se pode dizer que é humano. A incerteza de não saber o que aconteceu aos que moram longe de você e a tantos outros, e a intimidação de enfrentar seus piores temores, que a seu ver não pode ser real, que aquilo é apenas um pesadelo que logo você irá acordar. E então você não acorda, e continua a correr sem destino algum. Você não é corajoso, você sabe que neste momento, você é um covarde como todos os outros que tiveram aquele fim. Você está confuso, está se perguntando o porquê destas perguntas baseadas em algo fictício, certo? Eu também me perguntei isso diversas vezes, e o quanto eu usaria desta palavra para continuar. Coragem... Porque de repente você tem que virar seu próprio herói, seu próprio salvador, porque você sabe que ninguém irá salva-lo. E se você continuar a hesitar você se tornará parte da comida, e logo será um deles, alguém sem alma caminhando apenas pelo instinto. Minha ultima pergunta, até quando irá ficar nesta posição de covarde? Erga-se, agora! Lute e mostre a si próprio a coragem que todos nos temos. Eu precisei usa-la, porque esqueça tudo que um dia você conheceu, as regras mudaram... Mate ou morra, a regra vale para todos!


    Primeira parte.
    (abra o spoiler)

    Ela caminhou a passos lentos e silenciosos, já havia algumas semanas que não se comunicava com ninguém, alguns dias que faltava água e luz, banho já não era tão frequente. Vestia calças velhas e rasgadas, seus cabelos estavam presos em um coque, com alguns fios soltos e extremamente sujos. Vestia uma camiseta preta, também suja e com alguns buracos, parecia ter se arrastado pelo chão ou se envolvido em uma briga feia e como o mundo estava naqueles dias não duvido nada que tenha sido isso mesmo.
    Sua respiração funda fazia pouco barulho, nada que chamasse atenção” deles”. Não podia arriscar perder aquele lugar seguro para passar a noite, uma casa aparentemente boa, confortável. A mulher andou pelos cômodos para ter certeza de que não havia algo ou alguém. Era um lugar decente, o único que encontrou em 3 dias de caminhada. Adentrou em um cômodo, um quarto. Em sua mão uma faca de serra, grande e bem afiada, segurou o cabo da mesma de forma bem firme, deu um assovio baixo e na mesma hora viu duas cabeças se levantarem.
    Ela já estava acostumada com isso, aquele instinto primitivo, aquela sede de sangue e fome de carne insaciáveis, não demorou muito e levantaram do chão partindo em direção ao barulho, em sua direção. Mas sua experiência de meses sobrevivendo a tudo aquilo não a deixou. Ela se posicionou atrás da porta e quando o primeiro entrou no quarto a mesma empurrou a porta rapidamente trancando um para o lado de fora, e outro lá dentro com ela, seus movimentos ágeis e reflexos rápidos a ajudaram e logo uma cabeça podre caiu ao chão seguido de um corpo mastigado e fétido. O outro estava a porta batendo nesta, gemendo como um porco no matadouro, já havia sentido o cheiro dela e agora queria pegá-la. A porta se abriu e a coisa adentrou pelo quarto vagarosamente então ela percebeu que uma de suas pernas era apenas um pedaço de osso do joelho para baixo, pedaços de pano cobriam seu corpo apodrecido. Nem precisou de muito esforço e logo o segundo já estava caído ao chão.
    Depois de todo o estresse passou os olhos em volta e percebeu que o lugar que estava era um quarto de criança. Talvez duas. Havia um beliche, a cama de cima parecia ter uma colcha com naves espaciais, parecia da cor azul ou verde, mas estava extremamente suja. A de baixo, uma rosa, com alguns desenhos, mas a sujeira não a deixou ver o que realmente eram. Os cadernos de desenho ainda estavam jogados ao chão, agora sujos de sangue e barro. O papel de parede rabiscado de canetinhas coloridas. Uma cômoda, ela abriu a primeira gaveta e viu que estava revirada, como se tivessem pegado algumas coisas de dentro. Uma escrivaninha no canto do quarto com alguns cadernos e livros infantis em cima. A mulher foi andar pela casa, em busca de alguém mais para matar.
    Desceu as escadas e notou que a sua direita parecia ter uma cozinha, foi em direção a esta. As cadeiras estavam sujas, algumas quebradas e espalhadas pelo chão da cozinha. Os armários entre abertos, com vasilhas, pratos e talheres, alguns destruídos pelo tempo. Seu olhar cansado e faminto vagou pela geladeira, comida estragada e alguns pedaços de carne apodrecidos era o que tinha dentro desta. Uma barra de cereais vencida foi a única coisa que ainda não tinha criado fungos e foi o que ela comeu.
    Voltou ao quarto das crianças e pegou um ursinho marrom que estava em cima da cama de baixo, abraçou e devolveu pra lá. A janela deixava entrar os primeiros raios de sol. Segundo andar da casa, não havia perigo em dormir um pouco, arrastou os corpos lá de dentro, jogando-os para o primeiro andar. Olhou em sua volta, encostou a porta, posicionando a cômoda na frente desta, caso alguma criatura chegasse ali não conseguiria entrar.
    Deitou-se no beliche de cima e abraçou o ursinho, porém sem largar sua faca. Seu olhar vago, passeava pelo teto do quarto, janela, suas mãos. Uma lagrima se formou em seu olho esquerdo, escorrendo por sua face rosada, sua mente não parava de funcionar, mas aos poucos o sono foi vencendo o seu choro. Pegou no sono esperando acordar daquele pesadelo.



    Segunda parte.
    (abra o spoiler)

    Gritos, choro, desespero. Corria em direção a nada, seu corpo molhado de suor, uma multidão atrás dela. Seus cabelos caiam-lhe a face, suas mãos tentavam desesperadamente agarrar-se a algo, mas suas tentativas foram em vão. Sentiu uma dor em sua perna, uma boca estava presa a ela. Em um segundo toda a sua vida passou em sua mente, numa tentativa desesperada de se agarrar a um desses pensamentos e fugir dali, num momento era humana e em outro, já não fazia mais ideia de quem era. Seus pés ela não controlava, mas via tudo passando a sua volta, se viu vagando sem rumo, sem direção.
    Acordou assustada, ainda com os olhos fechados passou as mãos sobre o corpo pensando estar molhada. Sentiu-se seca, abriu os olhos tendo a sua frente o teto do quarto e se lembrou de onde estava. Suspirou aliviada. “Foi apenas um pesadelo” pensou. Sem relógio, olhou pela janela, ainda sobre a cama, deveria ser uma da tarde, talvez menos. O tempo já não importava mais, a única hora que importava era o agora, noite e dia. Hora do almoço? Ela já não sabia o que era fazer uma refeição normal há meses. Ergueu-se rápido da cama, achando ter ouvido passos no corredor. “Seria possível eles já terem entrado na casa, assim tão rápido?” Talvez fosse apenas a imaginação dela que a fizesse ouvir coisas.
    – Shiii, fica quieta, não chora, eu vou proteger você. - Uma voz soou como um sussurro próxima a porta do quarto.
    "Mas as criaturas não falavam e de quem seriam aquelas vozes?"
    – Ei, tem alguém ai fora? – Disse a mulher torcendo para ser alguém, alguém vivo.
    – Quem está ai? Essa é nossa casa, por favor, não mate a gente. – Falo uma voz que parecia ser de uma menina pequena.
    Isabelli moveu a cômoda lentamente enquanto ouvia os cochichos no corredor, retirando-a da frente da porta e vagarosamente a abriu. À sua frente estavam duas crianças. Uma menina pequena, agarrada na cintura do que parecia ser seu irmão mais velho, que tinha em suas mãos uma frigideira enorme, os dois vestiam roupas rasgadas e mal cheirosas, cabelos desgrenhados, assim como ela.
    – O que você quer conosco? O que você está fazendo em nossa casa? – Falou menino mais velho, com a voz tremula e amedrontada.
    A mulher deu um sorriso meigo, talvez o primeiro depois do que passou.
    Eu não sabia que vocês estavam aqui. Pensei que a casa estivesse vazia... – Olhou para o menino e logo em seguida, voltou seus olhos para a pequena menina amedrontada.
    – Ei, pequena, você está bem? Qual o seu nome? – Sorriu e procurou com os olhos algo que parecesse uma mordida, arranhão ou algo do tipo. Não encontrou e em sua mente agradeceu. A garotinha se conteve em esfregar o rosto no casaco do irmão e olhar para ele. Ele a olhou e fez como que um sinal de aprovação. Esta continuou agarrada ao casaco dele e sorriu para a mulher.
    – Me chamo Lucy e todo mundo me chama de Lucy mesmo. Eu tenho quase 5 anos, quase uma mão inteira! – Sorriu novamente mostrando a mão aberta com os cinco dedinhos esticados. A mulher ficou um pouco espantada e deu uma rápida olhada para o menino.
    – E eu me chamo Isabelli, mas todo mundo me chama de Isa, mas pode me chamar como preferir. E eu tenho 28 anos. E você? Qual seu nome, quantos anos têm... Pode me dizer? – Disse voltando seu olhar para o menino. Sorriu de canto. Seus olhos brilhavam, depois de tanto tempo ouvido gemidos, poder ouvir vozes de pessoas normais. Ele fez uma careta e logo sorriu estendendo a mão.
    – Me chamo Michael e tenho 14 anos. – Ela segurou a mão dele cumprimentando-o e sorriu. Conversaram por alguns minutos e ela sentiu um aperto no coração de imaginar aquelas crianças tão pequenas passando por tanta coisa.

    Talvez eles fossem depender um do outro, mais do que imaginam.




    Terceira parte.
    (abra o spoiler)

    [SIZE=12pt]Ruídos na porta, socos, gemidos, gritos ocos assustadores. Não sabia o que havia chamado a atenção deles para a casa, mas eles estavam lá. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Vocês estão se escondendo aonde? – Perguntou puxando a menina e a segurando nos braços. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Lá em cima no sótão, eles não sobem lá, a escada levanta. - Disse o garoto.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Então vai pra lá e leva a sua irmã. – Isabelli falou em um cochicho.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Mas e você? – Perguntou o garoto assustado, pegando a menina nos braços. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Eu tenho que me livrar deles pra gente sair daqui. – Disse e logo foi em direção as escadas. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Não, Isabelli, no sótão tem um vão que da pro telhado e de lá da pra pular na casa da vizinha. É melhor, você não vai matar todos eles! [/SIZE]
    [SIZE=12pt]Sem pestanejar, ela virou as costas para ele e foi para o quarto, voltou com a faca na mão e o ursinho na outra. – Vai, so... – Antes que pudesse terminar o barulho da porta caindo ao chão fez os 3 se assustarem e começar a correr. A garotinha começou a chorar e seu irmão tentando acalma-la. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Ei, não vai ser fácil eles nos pegarem não Lucy, olha quem a Belli trouxe pra proteger a gente. – A mulher entendeu e passou o ursinho para a mão do menino, enquanto corre na frente, puxando a cordinha que faz a escada do sótão descer, faz um barulho estridente, parecia enferrujada e velha. Eles aceleraram o passo e subiram rapidamente. Enquanto isso Michael ainda tentava acalmar Lucy. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– O Teddy, olha, ele vai proteger a gente. – A menina pegou o ursinho das mãos dele e o abraçou, prendendo o choro. Isabelli puxou lentamente a escada, batendo-a de forma leve para não atraí-los. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]Os gemidos e passos arrastados passavam de um lado para o outro em baixo de seus pés, Lucy estava no canto brincando com o Teddy em silencio, havia um rolo de esparadrapo ali e a menina passou um pouco na boca do ursinho, fazendo sinal para que ele não falasse ou fizesse barulho e logo em seguida colocou na sua. A mulher viu a cena e perguntou ao garoto o porquê daquela atitude da menina. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Bem, é que a minha irmã é um pouco escandalosa e quando papai e mamãe saíam para procurar comida... – Ele pausou como se hesitasse algo. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Bem, ela chorava e atraia eles para a casa, então eu fiz isso com ela depois ela passou a fazer sozinha. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Entendo, e... há quanto tempo vocês estão sozinhos? – Perguntou enquanto analisada o local. [/SIZE][SIZE=12pt]Ele abaixou a cabeça como se não quisesse tocar no assunto, mas prosseguiu.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Bem, mamãe e papai saíram a alguns dias dizendo que iam buscar comida, mas não voltaram mais. Se for contar as noites... Talvez 4 ou 5 dias que saíram. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– E desde então vocês estão sozinhos aqui no sótão? E tem comida pra vocês? – Perguntou preocupada. Seus olhos passeavam pelo sótão. Alguns isopores num canto, cobertores e lenções em outro, travesseiros encardidos. Muito lixo pelo chão. Pacotes de biscoito, pedaços de comida estragada. [/SIZE]
    [SIZE=12pt] Tem mas já esta no fim. A energia aqui acabou a umas 2 semanas e como meu pai tinha um freezer lá em baixo no porão ele tinha bastante gelo por que ele caçava, eles pegaram uns isopores nas casas do lado colocamos tudo aqui em cima e ficamos comendo o que ainda estava bom. Mas o gelo não durou muito e logo eles começaram a ter que sair nas casas vizinhas pra ‘pegar’ comida. – A mulher permaneceu em silencio, ouvindo o garoto e prestando atenção nos ruídos abaixo. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]Ele continuou. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Sabe, no inicio, ia um de cada vez. Sempre ficava alguém aqui com a gente. Mas depois que a mamãe foi mordida papai ficou com medo e foi com ela. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Espera?! Sua mãe... Ela foi... Mordida?! Quando? Que dia?[/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Sim, ela foi mordida sim. Qual o espanto? Um monte de gente querendo comer as pessoas e acabou pegando ela. Mas ela foi rápida e conseguiu fugir dele. Bem, foi um dia antes deles sumirem. – A mulher abaixou a cabeça pondo ambas as mãos sobre a mesma. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– E a sua mãe, teve febre? Ela reclamou de dor de cabeça ou algo do tipo? [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Só no dia, no outro eles saíram cedo. Mas eu não dormi aquela noite e ouvi mamãe chorando e falando pro papai que ela não ia morrer, que ninguém ia morrer. No outro dia de manhã eu levantei e ouvi eles conversando algo no corredor, eu não sei bem o que era não consegui prestar atenção e quando eu cheguei mamãe me abraçou e mandou eu cuidar da minha irmã, disse que me amava, papai fez o mesmo, eles disseram que iam procurar comida de manhã, por que achavam mais fácil de fugir daquelas coisas... E não voltaram mais... – A mulher sentia uma dor profunda em seu peito. Ela não sabia como dizer que a mãe deles era uma daquelas criaturas e que seu pai também poderia ser. Como ela contaria isso para ele? Deixou quieto por enquanto. Não tinha jeito, uma hora eles iriam descobrir por si próprios. Ela sabia que não seria bom revelar aos irmãos, naquele momento que todos que ela viu sendo mordidos se transformaram em menos de 72 horas. Seus amigos, seus vizinhos... E até seu marido. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Ei, será que a mamãe passou mal e papai foi com ela procurar um médico? E se a gente fosse ao hospital pra tentar achar eles? Talvez eles estejam por lá. – Disse o menino e em seus olhos havia um brilho tão esperançoso que doeu o peito de Isabelli.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Sim, podemos passar sim, mas vamos ter que ir com muito cuidado, por que talvez alguém lá esteja infectado, talvez seus pais tenham ido por outro lugar. Talvez tenham se perdido... Não tem como sabermos Michael. – As palavras saíram amargas dos lábios dela e um nó em sua garganta quase a fez perder a voz e então se fez silencio por alguns minutos, mas não durou muito. Não por parte ‘’deles’’.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]Por alguns instantes os três ficaram quietos. Nem ao menos suas respirações eram audíveis. Um frio passou pela coluna de Isabelli que se movimentou lentamente até a pequena Lucy e a agarrou em seus braços, vendo que a mesma segurava os lábios com uma mão e com a outra agarrava o ursinho. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]A infestação abaixo de seus pés aumentara de forma significativa desde a hora em que entraram no sótão. A mulher se abaixou no canto com a menina nos braços e logo Michel veio e se encolheu ao lado da mulher. Eles perambulavam de um lado para o outro no corredor, como se tivessem sentido a presença dos três ali em cima. Isabelli apenas olhava para as crianças e estas entendiam que era para manter o silêncio. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]Minutos pareciam mais horas, o tempo parecia ter parado naquele momento e Isabelli sentia que não iria aguentar por muito mais tempo, Lucy parecia soluçar em seu colo. Mas logo se ouviu tiros ao longe, o que pareciam fuzis, metralhadoras. Parecia ter começado uma guerra do outro lado da cidade. E o melhor, o barulho atraia aquelas coisas e eles foram salvos pelo gongo. Logo foi possível ouvir os passos se arrastando para fora de casa e até alguns deles despencaram janela abaixo seguindo o barulho. Não demorou muito e os passos cessaram. Não se ouvia um ruído se quer vindo de dentro da casa. [/SIZE]
    [SIZE=12pt] Tome, segure-a, vou ver se foram todos embora. [/SIZE]
    [SIZE=12pt] Não faça isso Isa! – Disse Michel segurando-a pelo braço. [/SIZE]
    [SIZE=12pt] Menino, não se preocupe, estou a mais de dois meses vagando sozinha por ai, sei bem o que posso ou não fazer, não se preocupe. Está tudo bem, apenas segure sua irmã e cuide para que fique em silêncio. – Ele a obedeceu, mas em seus olhos era visível o desespero. Não queria ficar sozinho com a irmã novamente. Era responsabilidade de mais. Peso de mais se algo acontecesse a ela. Isabelli abaixou a escada lentamente e pode ver metade do corredor, nenhuma sombra, nem vulto, o cheiro não estava tão podre como quando havia alguns deles. Bem, aparentemente a área estava limpa. Aparentemente. Colocou o pé no primeiro degrau da escada. Ainda era possível ouvir o barulho de tiros e ao fundo, helicópteros. “Seria uma boa se desse pra sinalizar, chamar a atenção dos helicópteros com alguma coisa...” Pensou enquanto descia a escadas.
    [/SIZE]


    Quarta parte.
    (abra o spoiler)

    [SIZE=12pt]Ao pisar no chão, a escada fez um ruído e Isabelli retirou a faca de dentro do cinto pensando ser um deles.[/SIZE]
    [SIZE=12pt] – Ai ai Isa... Isso tudo está te deixando maluca... – Ela sorriu pondo sua destra sobre a testa e logo ergueu a cabeça, seus olhos passaram pelas paredes e a mesma viu uma foto de família pendurada nesta. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Aquele casal... – Lágrimas escorreram por sua face e foi ai que ela percebeu que havia matado os pais das crianças naquele mesmo dia. Não matado eles em si, mas o que se tornaram. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]Fugindo de alguns deles, entrou em um beco e deu de cara com a mulher dilacerando a carne do homem, que agora ela sabe que era seu marido. A mulher estava com uma mordida no braço. As roupas rasgadas, ajoelhada de frente daquele corpo cadavérico do homem que ela mastigava com tanto prazer. Era visível a poça de sangue em baixo de ambos, sangue dele. A mulher notou a presença de Isa e virou-se para agarra-la. Um golpe com sua faca e sua cabeça caiu ao chão, junto a um corpo mortificado. Teve um fim horrível, ambos tiveram, fim este que Isabelli não deseja para si. O corpo dilacerado do homem se manteve imóvel e Isabelli saiu pelos fundos do beco, por uma rua estreita e cheia de casas destruídas. Nunca imaginou que algumas horas depois encontraria os filhos deste casal. O mundo parecia estar em guerra e ela tinha medo a cada rua que entrava. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]Contar para eles não era uma opção então ela voltou seus pensamentos para o agora e rodou pela casa procurando sinais de um ou mais deles. O fedor ainda era bem forte, carne podre, era nojento, insalubre, tinha que tirar as crianças dali. Ela não conseguiria abandona-los depois do que descobriu. Não teria coragem de sentencia-los a morte. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]Voltou ao corredor e disse as crianças para descer. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Está tudo limpo aqui em baixo. – O menino desceu com sua irmã no colo e entregou-a para Isabelli. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– É você tinha razão... Não tem perigo né. – Ela pegou a menina nos braços, mas logo a colocou no chão, segurando apenas sua mão. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Sim eu disse. – Secou as lágrimas rapidamente, o menino percebeu, mas não falaria nada se ela não tocasse no assunto.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Ei. – Exclamou o garoto. – Eu lembro que papai tinha uma arma no armário dele. Ele usava quando ia caçar com os amigos. – Ele disse correndo pela casa indo em direção ao quarto dos pais. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Eu não alcanço, mas se você pegar uma cadeira ou... – Olhou em volta. – Isso! – Disse puxando a mesinha de canto. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Eu vi diversas vezes ele pegar essa arma, mas nunca me deixou tocar nela. – A mulher subiu na mesinha e olhou em cima do armário, mas sem sucesso, não encontrou a arma. Procurou do outro lado e encontrou. Estava em baixo de uma pilha de revistas pornô. Ela riu e pegou a arma e embaixo desta uma caixa pela metade de balas. Era um rifle. Boa para pega-los, fazia barulho, mas atirava a distância. Havia também uma pistola. Alguma munição perdida sobre o armário e ela pegou todas. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]O menino olhou para o rifle e começou a falar. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Papai usava essa por que ele falava que era o mais rápido pra matar os bichos e ele podia ficar de longe, sem correr perigo. Papai matou um lobo uma vez, sabia Isabelli? – Ela sorriu e se sentou na cama ao lado dele. Sentiu sua barriga roncar. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Não eu não sabia. Vamos fazer o seguinte, vamos dar uma olhada na vizinhança e procurar algo para comer, que tal? E no caminho você me conta essa história. Michael, tem alguma mochila por ai? Pegue 3, uma para cada um de nós. – Michael saiu do quarto e voltou alguns minutos depois com 3 mochilas, a dele já estava em suas costas. Colocou uma nas costas da irmã e dentro desta estava o ursinho da mesma e uma mantinha que a menina gostava. Entregou a terceira para Isabelli. A mulher colocou as balas dentro do bolso pequeno, a pistola também no bolso pequeno, verificou se estava travada, não seria legal se disparasse sem querer. Colocou a mochila nas costas e o rifle pendurado com a ponta para baixo. Estendeu a destra para que Lucy segurasse e foram em direção a porta, deu uma rápida olhada para trás antes de sair por esta. Moveis destruídos, a casa parecia ter sido local de uma guerra. Michael saiu na frente e Isabelli seguiu com Lucy, fechando a porta da casa atrás de si.
    [/SIZE]



    Quinta Parte.
    (Abra o spoiler)

    [SIZE=12pt]Os olhos e ouvidos de Isabelli estavam atentos aos barulhos. A cidade parecia fantasma, não se ouvia um ruído sequer, o que a fez se afogar em pensamentos. As crianças estavam dois passos a sua frente e ela não tirava os olhos deles e ao mesmo tempo vigiava todos os lados. Carros batidos, alguns incendiados, corpos mutilados ao chão, ela se aproximava, dava um leve chute para ter certeza que estavam realmente mortos. Alguns moviam um braço, as vezes giravam a cabeça, mas estavam tão dilacerados que nem som emitiam, mesmo assim ela cravava a faca em seus crânios, tendo a certeza de que não se levantariam mais. As crianças estavam coladas uma na outra, Lucy, obviamente com medo porém Michel, apesar da idade, demonstrava ter um instinto protetor fora do comum com sua irmã. Olhava para os lados, levantava a garota na hora de passar perto de carros ou corpos no chão, tapava os olhos dela enquanto Isabelli arrancava as cabeças deles. Ele era um menino sonhador, orgulhoso, protetor, familiar. Protegia, ou tentava proteger sua irmã de forma única e dessa forma a mantinha viva a algum tempo sem seus pais. Isabelli não parava de pensar, se deveria ou não contar a Michael sobre os pais deles. A duvida lhe consumia e lhe roubava a atenção. Andaram por mais ou menos uns 3 quilômetros até Isabelli avistar um mercadinho. Mas Michel foi mais rápido do que ela.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Ei Belli... – Falou Michael. – Ali na frente, olha. Papai e mamãe faziam compras aqui todo o mês. – Havia um mercadinho bem a frente deles, perfeito. Talvez houvesse alguma comida. Michel e Lucy correram a frente e Isabelli teve de correr para segurar os dois. – Meninos vocês estão malucos?! Não pode entrar correndo assim, não sabemos o que há lá dentro! E se houver mais deles? Michael, como você protegeria sua irmã se entrasse num beco sem saída com ela e vários deles juntos? – Ele olhou assustado para ela, segurava a mão de sua irmã e a mão de Isabelli estava em seu ombro. Ele parou, não sabia o que falar, nem como agir, seus olhos expressavam terror e Isabelli olhou assustada para trás, mas não havia nenhum deles ali. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]–Como eu sou idiota! Eu poderia ter posto minha irmã e a mim mesmo em perigo. – Disse assustado, num tom severo consigo mesmo. – Eu não fiz por mal, eu estou com fome, não aguento mais viver assim, eu preciso proteger a minha irmã, mas eu sou novo, eu não sei nem me proteger... – Falou olhando para sua irmã que agarrou-se a ele. Isabelli o puxou e o abraçou com um sorriso no rosto.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]– Agora você pode ficar tranquilo, eu estou aqui e não vou te abandonar. Vou proteger você e sua irmã como eu protegeria um filho. Não se preocupe okay? – Ele se acalmou rapidamente com o abraço dela e logo já estava secando as lagrimas e olhando para ela. – Obrigado Isabelli, obrigado por cuidar da Lucy e de mim. Obrigado... – Ele sorriu e deu outro abraço na mulher, logo agarrando a mão de sua irmã. – Agora a gente fica atrás da Belli ta Lucy ? – Ele disse olhando para a menina. – Okay mich, eu fico atrás da Belli. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]Isabelli foi a frente com a arma na mão, mas logo a guardou pegando sua faça. Era mais seguro. Um tiro dentro de um local fechado os atrairia o que colocaria ela e as crianças em uma armadilha. Caminhou lentamente atenta a qualquer barulho de passos ou gemidos. Não escutou nada, parecia deserto, como de fato era. Michel estava agarrado a sua irmã enquanto ela olhava em volta procurando alguém que pudesse querer tê-los para o “almoço”. O local estava escuro, era possível sentir o cheiro de mofo se misturando a podridão que o mundo havia se transformado.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Michael, você vinha com seus pais aqui? - Perguntou a mulher, visivelmente perdida dentro do local.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Sim, vou te mostrar aonde ficam os enlatados. - Ele sorriu. Sabia que enlatados era o ideal, pois o que já não tivesse sido saqueado teria estragado.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Menino esperto você em. Como sabia que eu ia pedir para me levar lá? - Comentou elogiando a esperteza do menino.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Ah... Por que quando papai e mamãe voltavam pra casa eles traziam enlatados e diziam que eles tinham mais tempo de validade. Duravam mais tempo antes de estragar. - Disse, corando com o elogio. Michel era um aluno exemplar. Além de ser bom na maioria das matérias gostava de jogar bola e qualquer outro esporte que o mantivesse em constante movimentação. Estava acostumado a ser elogiado, mas vindo de uma mulher que o conheceu a algumas horas ele se sentia o garoto mais inteligente do mundo.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Shiiiii... Cochichou para as crianças e Michael deu alguns passos para trás quando viu aquilo. Um zumbi devorando um rato, ou que fora um rato um dia. Isabelli puxou as crianças para atrás da prateleira de biscoitos. Fez sinal para que fizessem silencio e deu a volta nesta prateleira ficando bem de cara com o zumbi. Mas não sem antes olhar em volta para ter certeza de que ele estava sozinho. O que parecia ter, um dia, sido caixa do estabelecimento. Estava uniformizado, havia apenas uma mordida em seu braço, que contornou a blusa com a marca dos dentes e do sangue, cortada apenas neste local, aparentemente alguém matou o zumbi antes que terminasse sua refeição. Ele ergueu a cabeça sentindo o odor da carne fresca. Parecia estar devorando o mesmo rato a horas. Isabelli viu o crachá de funcionário do mês. O nome dele era Paul. - Descanse em paz Paul e que sua jornada seja menos pesada que a minha. - Disse cravando faca na cabeça dele, deixando-o cair ao chão. Retirou a faca de lá e, onde antes havia esta, agora jorrava de um liquido escarlate e fétido.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Venha Michael. Traga sua irmã. - Disse, empurrando o cadáver para debaixo do balcão, evitando que a menina o encarasse. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Os enlatados ficam ali do outro lado dessa prateleira... Belly... Obrigado... Por proteger a gente. - Falou o menino, tímido. - Tenho certeza de que quando encontrarmos papai e mamãe eles irão agradecer você. Bem, se os bancos ainda abrissem com certeza papai iria querer te dar dinheiro. Mas ele falou que hoje dinheiro mesmo é comida, armas e água potável. - O coração de da mulher doeu ao ouvir o menino falar sobre o pai e de imaginar que eles nunca encontrariam os pais deles. Que eles estavam mortos. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Michael, eu tenho que conversar com você. - Disse ela, enquanto o olhava. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Você também tem que pensar na possibilidade de seus pais não voltarem mais. - Ela segurou nos braços dele, mais para conforta-lo, porém ao ouvi-la ele arregalou os olhos e fez sinal para que não falasse aquilo e em seguida falou. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Não Isabelli, eles estão vivos. Eles estão escondidos. - Falou fazendo alguns sinais e a entonação da voz dele mostrava irritação, desaprovação, algo do tipo. Ficou pouco claro para Isabelli pois o menino parecia dizer brigando com ela e ao mesmo tempo parecia tentar esconder algo. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Me perdoe, você está certo. Vamos acha-los então. - Completou Isa, depois de ver os olhinhos de Lucy marejados de lágrimas. Segurou a mãozinha da menina. Estava suada, mesmo não sendo uma tarde muito quente. Achou que era nervosismo, talvez, quem sabe. Neste mundo tudo estava revirado, diferente. Muitos estavam transtornados, transformados. Já não bastassem aquelas coisas querendo comer a todos, ainda haviam aqueles que estavam saudáveis e ao em vez de unir forças, entravam em guerra. Uma guerra dentro de outra guerra. A batalha do dia-a-dia pela sobrevivência, a corrida contra o tempo atrás de comida, água e abrigo.
    [/SIZE]



    Sexta Parte
    (abra o Spoiler)
    [SIZE=12pt]- Aqui está. Vamos pegar tudo que pudermos não é belli? - Disse o menino já retirando sua mochila das costas para colocar as coisas dentro.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Não querido, vamos pegar o que nós precisamos. Não podemos carregar muito peso... O essencial apenas. Comemos algo aqui pois estamos sem café da manhã e depois a gente pega algumas coisas. - Disse ela pegando uma latinha de alguma coisa que não dava pra ler, passou a mão por cima dela retirando a poeira. As datas de validade estavam boas, ainda demorariam a vencer. Sacudiu a latinha logo abrindo-a. Cheirou e não era nada desagradável. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Lucy, quer este? - Perguntou entregando a latinha para a menina. Esta fez que não com a cabeça. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Isso tem cheiro da comida do gato da vovó... Eu não vou comer. - Lucy se negava a comer o alimento e então Isabelli se sentou no chão pondo ela em seu colo. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Lucy, você gosta de cachorro quente? Hambúrguer? Sorvete? - A menina abriu um sorriso afirmando, como se esperasse por um hambúrguer de verdade. Isabelli quis chorar mas sabia que devia ser forte, por ela e pelas crianças. Ela acabara de conhecê-la, mas sentia como se tivesse o dever de cuidar deles. Afinal, que tipo de ser humano teria coragem de deixar duas crianças como aquelas sozinhas? A mercê da sorte... Ou do azar. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Agora Lucy, você vai fechar os olhos e vai imaginar um hambúrguer gigante bem na sua frente, okay? - A menina fez que sim com a cabeça e prosseguiu fazendo tudo o que Isabelli mandava. Enquanto isso Michel pegava todos os mantimentos que ele aguentava carregar. Achava que quando mais levasse melhor seria. Até comida de gato e de cachorro enlatadas ele colocava dentro da bolsa. ''Eu que não vou morrer de fome''.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Agora Lucy, você vai repetir comigo: “Eu sinto o gosto da comida que eu desejo comer, não importa o que tenha dentro de minha boca. Quero hambúrguer e é esse o gosto que irei sentir.'' E a menina repetiu exatamente como Isabelli a mandou fazer. Ela abriu os olhos e pegou a latinha. No fundo ela sabia que se não comesse aquela coisa ali, iria morrer de fome. Era pequena mas muito esperta. Acabou de comer e ficou andando ao lado de Isabelli, ajudando a pegar coisas.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Ei Belly, você sabia que mamãe estava me ensinando a tocar piano? - Disse a menina empolgada.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Não querida, mas me conte, você já sabe tocar piano ou está só aprendendo? - Interessada em conversar sobre alguma coisa com a menina já há algum tempo e agora teria essa oportunidade. Mesmo assim não deixava de olhar os lados e ficar de olho no Michael. Ele era corajoso de mais e isso era bom e ruim ao mesmo tempo. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Eu estava aprendendo. Quando eu achar um piano vou tocar ''parabéns pra você''... - Disse corando. - É a única que eu sei... - Ela sorriu vergonhosa. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- E eu vou achar lindo ouvir você tocar no piano ''parabéns pra você'' pra mim - Disse e riu passando a mão na cabeça da menina, logo em seguida dando um beijo no topo da mesma.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]Os olhos de Isabelli passeavam dentro do mercado a procura de alimentos e perigo. Michael se aproximou dela com a mochila bem cheia de coisas. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Michel, eu falei pra pegar o essencial... - Sorriu de uma forma maternal para ele, passando a mão por sobre a cabeça dele. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Mas tudo bem.. Melhor sobrar do que faltar, não é mesmo? - Disse, puxando-o para mais perto delas.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Ei Belli, posso pegar um desses? - Disse a pequena Lucy apontando para uma caneca da Barbie caída no chão. Estava empoeirada e suja. Parecia ter caído da prateleira aonde haviam outras dela. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Claro meu anjo. - Disse indo em direção a caneca, pegando-a. Passou-a em sua blusa retirando um pouco da poeira externa e entregou a menina. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Tome aqui minha linda. Depois a gente lava ela direitinho, okay? - A pequena fez que sim com a cabeça e agarrou a caneca. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Ela tinha uma dessas... Ano passado, mas ela perdeu no caminho pra escola. - Falou Michel. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Lucy é teimosa. Quando cisma com algo ninguém tira da cabeça dela. - Ele olhou para Isabelli. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Não sei como você conseguiu fazer ela comer aquilo... Ela é chata de mais... - Brincou ele, passando a mão na cabeça da menina que abaixou e deu um tapinha na mão dele. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Você que é o chato. - Disse ela com um bico protuberante aos lábios. Isabelli não conteve o sorriso. Talvez Deus tivesse colocado aquelas crianças para fazê-la sorrir um pouco. Fazê-la crer que ainda há esperança de um dia, talvez próximo, talvez longe, de que todo esse pesadelo acabe, que todos os que restaram no mundo pudessem ter uma nova chance de recomeço. Um mundo novo. Uma nova era, uma nova perspectiva de vida. Talvez Deus quisesse apenas acabar com os que estavam acabando com o seu mundo, o mundo que ele fez e deu de presente para nós, este mesmo mundo que nós, os humanos destruímos. Os pensamentos de Isabelli viajavam pelo universo e por um instante, desde que tudo aquilo havia começado, um pinginho de esperança nasceu em seu peito e ela se agarrou aquele sentimento como se ele fosse o único em todo o seu ser. Se agarrou a oportunidade que ela estava tendo. Afinal, seu marido havia se transformado em sua frente e por uma obra divina nada a aconteceu. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]Então sua mente a levou até o dia em que tudo aconteceu. Ela se lembrou do dia em que descobriu que estava sozinha no mundo. No momento em que ele se transformou, ela se desesperou, saiu correndo pelo quarto imaginando o que poderia tê-lo deixado daquela forma. Ela correu sem olhar para trás, fugiu e depois, quando descobriu o que aquelas coisas faziam ela agradeceu por não ter ficado esperando a morte, agradeceu a Deus e ao mesmo tempo praguejou ao mundo. Ela foi forçada a sair de seus pensamentos quando sentiu Lucy puxar sua mão e agarrar-se a ela. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- O que foi pequena? - Perguntou ainda um pouco desligada. Havia algo ou alguém indo na direção da porta do mercado. Ela não sabia se era uma coisa ou alguém, rapidamente puxou Lucy para trás e agarrou Michel puxando-o também. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Shi, silêncio, eu vou ver o que é... Fiquem quietos. - Cochichou para eles pondo Lucy a frente do menino. Ele a abraçou e soltou a mão de Isabelli que pôs a cabeça para frente, apenas para espiar a ''coisa'' que estava se aproximando. Mais uma... Droga, quando isso vai acabar?! Pensou. Aquilo se arrastava, mas parecia segurar algo, um casaco talvez uma mochila, não viu ao certo e o estranho... A mão livre daquilo parecia segurar o outro braço. Mas eles não sentem nada... Não poderia ser dor. Talvez... Foi interrompida pela voz do sujeito que adentrava ao mercado. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Eu vi vocês ai... Venham me pegar. Eu estou pronto pra vocês. Criaturas nojentas... - Disse uma voz masculina. Isabelli se desesperou. Não sabia se o homem havia se confundido ou se realmente estava atrás deles. Resolveu não arriscar e agachada levou as crianças um pouco mais para o lado, tirando-os do campo de visão do homem. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Fiquem aqui. - Cochichou tão baixo que Michael quase pediu para que repetisse, mas se conteve. Sabia que era silêncio que ela pedia e era exatamente o que ele iria fazer. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Vamos lá criaturas, saiam. Venham pegar um pedaço do papai aqui... eu estou esperando. - Gritou o homem esperando algo que Isabelli não sabia o que era. Que cara burro, vai atrair todos eles pra cá. Pensou e logo se moveu em direção a porta, por um lado que o homem não podia vê-la. Caso ele se movesse era ouviria e sairia do seu campo de visão. Abaixada e segurando a faca em sua canhota ela conseguiu se aproximar a uns 4 metros do homem e por um espaço entre as prateleiras viu o braço enfaixado e um casaco do exercito pendurado em sua mão. Era musculoso e pelo uniforme, parecia ser das forças armadas. A calça rasgada perto do joelho esquerdo deixou a mostra sua pele bronzeada, típico surfista. Deduziu a mulher. O corpo bem torneado e bronzeado do rapaz estava extremamente suado e ele sacudia a cabeça com frequência, parecia estar drogado ou algo do tipo. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]Isabelli se distraiu e esbarrou em algo que parecia uma lata de Nescau. O homem olhou na direção do barulho, na direção de Isabelli e caminhou a passos rápidos porém tortos e inconsistentes. Ela deu alguns passos para trás e entrou em outro corredor. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Aparece monstrengo. Não é possível... - Isabelli percebeu que o homem parecia procurar daquelas criaturas, resolveu arriscar. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Aqui não tem nenhum monstro, somos pessoas, agora vá embora e nos deixe em paz, por favor. - A voz de Isabelli deixou transparecer o medo, talvez desespero. O homem, drogado ou bêbado, se guiou pelo som da voz dela. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Sobrevivente?! - Exclamou o homem. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Sou do exercito minha senhora, espero não ter-lhe assustado, vi 2 silhuetas aqui dentro e achei que eram mais ''deles...'' - Disse o homem. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Okay, agora que confirmou que não somos ''eles'' pode ir embora. Nós nos viramos sozinhos. - Isabelli nem percebeu o homem se aproximando dela e quando notou já era tarde de mais. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Oh... que indelicadeza a minha, deixe que eu me apresente. - Disse estendendo a mão boa para que ela se levanta-se. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Sou o Capitão Taylor, August Taylor, ao seu dispor senhorita. - Disse dando um leve beijo nas costas da destra da moça que rapidamente se levantou e retirou a mão das dele. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Bem eu.. - gaguejou um pouco vendo que o homem parecia ainda mais musculoso vendo no angulo de agora e era bem alto também, um sorriso radiante e ao mesmo tempo sério. Como alguém pode estar com esse sorriso e aparentar tanta seriedade ao mesmo tempo? Pensou. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Eu me chamo Isabelli... Desculpe a grosseria... Não sei mais em quem eu posso ou não confiar... Mas desculpe a indelicadeza, o que houve com o seu braço? - Ela não tirou os olhos dele. Havia um curativo bem feito, obra de uma boa enfermeira, mas era possível ver um pouco de sangue sob o pano. Pensou ela, que ele havia sido mordido e se havia, era hora de partir. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Ah, isso não foi nada. Não se preocupe, não é uma mordida daquelas coisas. - Disse ele tranquilizando-a. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Tem mais homens com você? Eu vi duas pessoas quando entrei aqui. - Perguntou o homem olhando em volta, procurando por outros. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Bem, tem sim... Mas somos três na realidade. Michael, Lucy... Venham aqui... - Disse Isabelli. Não sabia por que, mas aquele homem a deixou tranquila, passou confiança. Não sabia se era a hora de revelar a ele que os outros dois eram crianças, mas não havia outra alternativa. O medo de dar as costas para ele era maior. Talvez ela estivesse enganada sobre ele, talvez não... As duas crianças chegaram, Lucy como de costume, agarrada ao irmão e este abraçava os ombros dela, como que a puxando carinhosamente enquanto acariciava-a. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Oi... - Disse Michael entregando Lucy para Isabelli, que subiu no colo da mulher e ficou quietinha observando o homem de canto. A moça notou os olhos do homem a sua frente encherem-se de ternura e compaixão, talvez pena. Não dava para decifrar, ele era misterioso de mais, e isso deixava Isabelli a vontade e ao mesmo tempo desconfiada em relação a ele. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Olá, você deve ser o Michael, acertei? - Disse ele olhando para o menino. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Sim.. Sou eu. - Deu um meio sorriso e aproximou-se mais de Isabelli. O homem mal ouviu o que o menino disse e voltou seus olhos para a pequenina nos braços da mulher. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- E você é a Lucy, certo? - Disse com uma voz tão doce que fez o coração de Isabelli bater mais forte. Algo na voz dele demonstrava afeto e dor... Algo que Isabelli entendia muito bem. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Diz oi pro moço Lucy, ele é do exercito, você sabe o que é não sabe? - Ela fez que sim com a cabeça e colocou 2 dedos dentro da boca, o anelar e o médio ao mesmo tempo e começou a suga-los com intensidade. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Meu Deus que menina linda... - Disse o homem. A mulher achou ter visto uma pequena poça de lagrimas se formar no olho esquerdo dele, porém o mesmo se virou e olhou para fora. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Podemos ir agora? - Perguntou o menino demonstrando não ter gostado nada daquele que acabara de conhecer. - A mulher o olhou. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Okay querido, podemos sim. - Voltou seu olhar para o capitão e prosseguiu. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Bem, foi um prazer conhecê-lo... Nós vamos partir agora. A caminhada será longa... - Disse estendendo a mão para ele, cumprimentando-o. Como ela queria que ele viesse junto, não sabia se as crianças ficariam bem na presença dele, mas era forte e poderia protegê-los. Não que ela não soubesse se defender, mas agora já não era mais ela e sim ela e duas crianças que dependiam dela e qualquer ajuda seria demasiadamente agradecida. Ele a olhou e após ela falar, segurou sua mão, cumprimentando-a, porém não a quis soltar. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Bem, eu estava indo para uma base militar, mais a frente, aproximadamente uns 20km daqui, não é muito longe, e é seguro. - Disse ele, finalmente soltando-a. Olhou para Lucy mais uma vez, seus olhos demonstravam dor e compaixão. Porém algo ainda estava oculto. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Se vocês quiserem ir comigo, estarão seguros lá... Prometo. - Ele olhou nos olhos de Isabelli, um arrepio subiu pela coluna dela e pelos braços. Que olhar profundo e sedutor tinha aquele homem, enlouquecedor, apaixonante. Os lábios vermelhos e carnudos, um pouco rachados, mas ainda aparentemente saborosos. Os olhos dela passeavam pelo rosto dele, que sem graça deu uma pigarreada e prosseguiu. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Tenho certeza de que lá você e seus filhos estarão seguros. - Michel já ia logo se pronunciando, informando que ela não era mãe deles quando sentiu a mão dela em seu braço, um olhar e o menino entendeu. Nada de informações desnecessárias. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Eu acho que não seria má ideia ir contigo até lá. - Olhou para Michel e depois para Lucy. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Que tal a gente ir com ele em? Tem um lugar seguro, sem monstros e com comida, roupas... Cama! Que tal? - A menina sorriu com uma cosquinha que Isa fez em sua barriga e abraçou-a. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Eu quero uma cama quente, você quer Michel? - Perguntou a pequena a seu irmão. Ele sorriu com a ideia de não ficar mais fugindo de coisas e dormir tranquilo, mas a presença do homem em questão não lhe agradava nem um pouco. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Okay... Eu acho que vai ser ótimo dormir em uma cama novamente. - Sorriu e esperou Isabelli. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Okay, então vamos? - Perguntou ela olhando para André. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Sim, vamos sim. - Disse virando-se e indo em direção a porta. ''Tem alguma coisa no olhar dele... Alguma coisa que eu não sei explicar... ''
    [/SIZE]




    Sétima parte.
    (abra o spoiler)
    [SIZE=12pt]Caminharam, e entre pausas para comer e ir ao banheiro, aproximavam-se da base, mas já havia começado a escurecer.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Ei, Capitão, eu não sei se é uma boa ideia andar por ai a noite... - Disse ela apressando o passo para acompanha-lo. Michel estava a uns 5 passos a frente com sua irmã agarrada em seu braço. A rua estava limpa, com exceção de alguns carros virados, eram poucos, a cidade estava deserta, o barulho dos tiros aquela manhã havia chamado a atenção de todos que ainda podiam se mexer e os que não podiam, não iriam apresentar perigo se mantivessem distancia. August ainda estava um pouco zonzo, pelo menos os passos dele eram insertos e desregulares. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Capitão? A não precisa me chamar assim. - Disse olhando-a com um sorriso malicioso. Ela corou. Michel virou instantaneamente para trás, fitando-o e logo voltou seu olhar para frente. Os olhos de August se voltaram para a menina e logo em seguida ele começou. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Sabe, sua filha é uma princesinha. Os olhos, cabelo, ela é perfeita e aparentemente carinhosa também. - Sorriu e voltou o olhar para Isabelli. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Sabe, eu tinha uma filha, ela tinha 6 anos. Loirinha, branca como uma vela. - Sorriu com o olhar vago, como se estivesse montando a imagem em sua cabeça. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Puxou a mãe. Era geniosa de mais, porém doce e meiga de um jeito que deixaria qualquer apaixonado. - Seu olhar baixou até o chão e o sorriso sumiu. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- E aonde ela está agora? - Perguntou já imaginando qual seria a resposta. Aquela praga havia pegado muitas pessoas, porém era ainda pior do que ela imaginara. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Bem, ela foi infectada... Por uma dessas coisas. Foi uma das primeiras, isso a uns 4 meses atrás... Quando tudo estourou na mídia. Um dia eu fui busca-la no colégio e ela estava com o dedinho mordido e reclamava muito de dor. Eu levei ela ao médico e ele não me disse nada. Apenas mandou a enfermeira fazer um curativo e disse que tudo acabaria logo. Eu nem imaginei que aquilo que estava passando na TV era verdade, pensei que eram fãs malucos de filmes de ficção cientifica, aqueles góticos malucos. - Ele parou um pouco e respirou fundo. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Se quiser não precisa fazer isso... - Ele sorriu para ela e prosseguiu. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Uma hora ou outra eu iria contar... As vezes é bom lembrar o que essas criaturas fizeram, a dor que nos causaram... Melhor forma de manter o ódio para destruí-las e vencer esta guerra... – Respirou fundo, como se quisesse prender o choro e prosseguiu. - A noite, naquele mesmo dia acordei de madrugada com o barulho da TV ligada. Minha esposa. Ela estava sentada no sofá com a nossa menininha no colo. Parecia dormir, achei meio pálida mas uma notícia na TV chamou minha atenção. Um rapaz dizia que o governo estava convocando todos os policiais, militares marinheiros e tudo o mais que o país tivesse a oferecer. Falei pra minha esposa se levantar com Gabriele e vir comigo. Iríamos para um lugar seguro, eu ia leva-las para o posto do exercito, lá com certeza a segurança seria grande e eles cuidariam delas. A menina estava com febre e a mãe dela disse que não sairia de casa. Bem, demorou um pouco até eu convencê-la. Quando chegamos lá fomos abordados pelo General. Eu nunca imaginei vê-lo com aquela expressão. - O rapaz contou alguns detalhes não relevantes, cujos quais a mulher não levou em consideração, ele prosseguiu e enquanto contava, passeava com os olhos pelas crianças e Isabelli. Parecia preocupado e agora já não aparentava mais estar drogado. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Quando eles disseram que a minha filha estava infectada eu não consegui acreditar. Não tinha acontecido nada de mais com ela... Aquela mordida. O médico que a atendeu disse que tudo acabaria logo... Foi ai que eu entendi. Minha esposa estava perto quando o médico nos avisou que Gabriele poria em risco todos do exercito, eu estava relutante, não iria deixar que matassem minha filha. ''Há uma cura, não há!?'' Eu gritei com ele mas ele apenas mandou que os soldados tirassem ela de lá e quando eu olhei para o lado minha esposa estava correndo com a menina no colo. Sabe aquela sensação de impotência quando você sabe que deveria fazer alguma coisa, mas não faz nada? – Ele a olhou. - Eu me senti desse jeito. Afinal, eles não matariam uma criança, não a filha do capitão. Não pensei muito nisso e ouvi o barulho do tiro e a mão do próprio médico estendida a minha frente. Alguém que jurou proteger e salvar a todos que pudesse. O tiro pegou nas costas da minha esposa que caiu com Gabi no colo... Os soldados pararam com o barulho do tiro e eu... Eu cai de joelhos, minha mente não estava mais ali, parecia que era outro corpo, não era eu. Minha esposa, minha filha. Os soldados diminuíram o passo mas continuaram andando em direção a ela. Ergui meus olhos para olha-la pela ultima vez e a vi de pé. Achei que o tiro havia pego de raspão e quando me aproximei ela estava... Estava viva, mas era diferente de tudo que eu já tinha visto, a minha filha... - Ele olhou para Isabelli e viu o olhar espantado da mulher. - er... Desculpe, as vezes eu falo de mais... - Ela sorriu e o olhou. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Não precisa se desculpar, eu entendo... - Ele aproximou-se dela de lado, devagar e segurou a mão dela. - Isso já faz tempo, lógico que eu não me conformo como elas foram levadas, mas Deus sabe de todas as coisas... E pensando bem, não seria bom vê-las no mundo... Como ele esta hoje. - Enquanto ele falava acariciava a mão de Isabelli, seus lábios se curvavam em um sorriso triste. Ergueu o braço da mulher e beijou as costas de sua mão. - Bem... Posso dizer que com certeza eu não estaria aqui... Mas é bom estar com vocês. - Ele sorriu e falou para que as crianças se aproximassem. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Ei, Michel, venha, fique próximo. O quartel é depois daquela curva ali e não quero que eles pensem que vocês são... Você sabe. - O menino se aproximou de Isabelli e segurou a mão dela. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Me da colo... - Pediu a pequena Lucy. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Okay Lucy, mas a senhorita está bem pesadinha sabia? - Isa sorriu e a ergueu em seus braços. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]A curva cada vez ficava mais próxima e o sorriso no rosto dos quatro demonstrava o desespero em chegar o mais rápido possível. Um forte som de rajada de tiros cortou o silencio, rapidamente os quatro sobreviventes aceleraram os passos e ao chegar na curva viram a sua frente uma infestação de zumbis atacando a base militar. A grade que cercava esta, estava ao chão e os soldados tentavam de forma desesperada mantê-los do lado de fora, mas era em vão.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Esperem! - disse August em desespero, olhando tudo aquilo. Seus olhos estavam marejados de lágrimas e ao mesmo tempo ódio. Ódio por tudo o que teve de passar com aquelas coisas e agora de novo. A única esperança mais próxima para eles era aquela base militar e ela estava infestada de zumbis. Ele pensava em uma forma de entrar em contato com algum de seus companheiros mas seria impossível sem passar pelos zumbis. [/SIZE]
    [SIZE=12pt]- E agora capitão Taylor, o que vamos fazer? Como vamos passar por esta orda? - Disse Isabelli já com a pequena no colo e segurando o braço de Michel para que este se aproximasse dela. A mulher estava em desespero, mas tentou não passar este sentimento para as crianças.[/SIZE]
    [SIZE=12pt]- Vamos voltar! Rápido! - Disse o homem para Isabelli, puxando-a pelo braço junto com as crianças. Os olhos de Isabelli vagavam pelos mortos, lágrimas escorreram por seu rosto enquanto imaginava aqueles seres caminhantes, mortos caminhantes... Imaginando a vida que tinham antes, viu crianças, adultos, idosos. Todos atrás de uma única coisa. Comida! E não era qualquer tipo de comida, era carne humana. Por que estava acontecendo isso? Por que isso tinha que ser assim? Não seria mais fácil um Big Bang como teve a milhares de anos atrás e pronto! Fim da espécie humana. Mas Deus tinha que fazer desta forma e seria exatamente assim o fim da humanidade. Um literalmente comendo o outro. Enquanto Isabelli estava perdida em seus pensamentos sendo puxada pelo capitão, seus olhos passaram por uma imagem diferente. Alguém, alguém estava ali no canto, ela tinha certeza de que vira um semblante naquele lugar e não hesitou, colocou Lucy nos braços do capitão e retirando seu projeto de espada da cintura correu até aquele local sem dar ao homem uma explicação no mínimo plausível para seu, aos olhos dele, ''suicídio''.
    [/SIZE]
     
  2. eduardo0202

    eduardo0202 Excelente
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    Já li "tudo" quando ainda era coord/mod. Achei muito daora *-*
    Espero que continue de onde parou (Não darei spoiler :p).
     
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  4. BrunaGamer

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    Juro que eu fiquei com medo do spoiler :v
    Pensei, 'Não acredito que ele faria isso comigo u.u'' kkkkkk S2
     
  5. zThiagoR

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    Ficou legal o conto, eu espero que continue de onde parou no final :p
     
    Kubi e BrunaGamer curtiram isso.
  6. CronnusS

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  7. LanthJunio

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  8. BrunaGamer

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    Valeu. ^^ Eu vou postar o primeiro capitulo assim que eu decidir aonde ele acaba .-. HUSAHUSHUAHUS
     
  9. CronnusS

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    Hueheuheue. Boa sorte e tenha grande criatividade <3
     
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  10. Gilberth Gabriel De souza

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  11. diogo4552

    diogo4552 Bom
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    [SIZE=13.5pt]Muuuuito bom o conto man parabéns, tomara que continue, e que de tudo certo boa sorte mesmo de coração !![/SIZE]


    [SIZE=9pt]=================================================================================================================[/SIZE]


    [SIZE=9pt]Tag destemido:[/SIZE] [SIZE=10.5pt]==> [/SIZE][SIZE=9pt]http://imgur.com/M7PZJbE[/SIZE]

    [SIZE=10.5pt]Tag Predador[/SIZE][SIZE=9pt]: ==> [/SIZE][SIZE=9pt]http://imgur.com/Tiqjcmm[/SIZE]

    [SIZE=9pt]Tag Firstei: ==> [/SIZE][SIZE=9pt]http://imgur.com/zPQs17Z[/SIZE]


    [SIZE=9pt]=================================================================================================================[/SIZE]
    [SIZE=13.5pt]Curti ali Se gostou =======> Curta o meu que curto o seu [/SIZE]
    [SIZE=13.5pt]Cambio deligando [/SIZE]
    [SIZE=13.5pt]Lanzito[/SIZE]
     
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  12. BrunaGamer

    BrunaGamer Craftlandiano
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    Ai gente, valeu pelos comentários. *-* É muito bom saber que tem gente que gosta.
    Eu vou analisar as paginas e hoje mesmo posto mais coisa! Nesse tópico aqui mesmo, claro! E conforme eu for escrevendo, eu vou postando e quero a opinião de vocês, se acharam legal, sem logica, chato. Criticas também são bem vindas. *-*
     
  13. Kenned

    Kenned Razoavel

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    Apenas por isso, já gostei. Falta muito para o termino do livro? Vai vende-lo ou posta-lo?
     
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  14. CeifaVLTFelipe

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    Boa sorte
     
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  15. Daniel Scalon

    Daniel Scalon Neutro
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  16. BrunaGamer

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    Minha primeira intensão é termina-lo, ainda falta bastante coisa. Só falta eu decidir o nome, mas não sei se irei vender. Talvez sim, se ficar realmente bom kkk Enfim, eu já tenho algumas páginas e agora com o tópico, acho que vou sentir mais vontade de escrever. Eu estava meio desanimada, kk Mas se os comentários forem legais e me animarem, acho que esse ano eu termino ele. kkk Desde a época do HazwZ coord eu estou escrevendo, o cara ta na sub-direção. >_> kkkkk Já faz um bom tempo né! rsrs Enfim, vamos ver como vai ficar o desenrolar da coisa. :v
     
    Kenned curtiu isso.
  17. Davidgc1995

    Davidgc1995 Craftlandiano

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    um dia eu vi esse video, e acho que ele tem muito a ver com esse ótimo livro que vc ta escrevendo bruna, saiba que vc tem meu apoio no seu livro, parabéns ótimas reflexões!

    veja e reflita se algo nesse video se encaixa na sua historia, no seu livro!

    [media] https://www.youtube.com/watch?v=6k7WFruilwg [/media]
     
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  18. GhoostBR

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  19. TH3K1NG

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  20. GarotoCraftORIGINAL

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